sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Os óculos de Drummond.
Entre a montanha e o mar
ei-lo ali
entre o passado e o porvir
entre o agora e o amanhã
com seu óculos fúlgido e fugidio
observando o tráfego
e o semáforo que não funciona.
Ei-lo ali
sentado no banco
com suas lágrimas de chuva
e seu silêncio de ferro
tão de ferro que é como
um sol de dentro,abrasador
com suas ondas de horas
com seus mesmos sonhos
constituinte de obras:
amor como uma causa simples
amor como um mar afora.
Orlando Rangel