segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A tour infernal
Quando é que vão jogar os limites contra a parede?
Quando é que vão desarticular os muros e outras fronteiras?
Perceber que hoje sempre é um juízo final?
Por onde foi que eu li sobre os incansáveis homens-gafanhotos?
e os mares de esgoto nunca dantes imaginados?
e nós ali de dentes afiados e óculos escuros
tentando descobrir como é fazer parte desse assombro
o mundo a beira de um total escombro
regurgitando pedaços de bem e de mal.
Fico a tentar entender essas novas técnicas
essa falta de bom material e idéias
anjos visíveis e invisíveis jogados as feras
e/ou envenenados no mais falso amor.
A perceber o cãntico da linguagem depreciativa
o farfalhar do desvalidos
noves fora sem nenhuma outra chance
o estampido em som digital.
Prefiro a felicidade como uma borboleta paralítica
sem micro-chips, sem micro-systems, sem micro-fibra
apenas relatividades ao bônus
de ter antenas na realidade que vibra.
Orlando Rangel

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