Século XXI
Queria ter todas as respostas
para esse desabrigo da chuva,
Essa cantilena maldita, sem poesia,
que ironiza o nosso amor
essa voracidade espontânea
esse bate estaca vai pro berro
esse mar de esperanta
essa vaca vai pro brejo.
Queria ter toda a cumplicidade
das revestidas poeiras estelares
em um abstrato concreto verso
em um distraído convexo vivo
sobre o côncavo do nosso dias lépidos
Queria essa linha do horizonte
sobre a agulha dos nossos dias mortos
para cerzir em nossa roupa transparente
as costuras desse tempo ácido e seco
(Queria mesmo,enfim,poesia para perguntas que não conheço).
Orlando Rangel
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